Geração Revista convida os jovens para a revista à portuguesa

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Facebook “Geração Revista”

Um grupo de estudantes criou o movimento Geração Revista, que pretende levar os jovens até ao teatro de revista. O Gente Dentro marcou presença na sua acção de guerrilha, um teatro de rua, e conta agora tudo o que precisas de saber sobre este projecto inovador.

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Website Geração Revista

Elas são finalistas do curso de Ciências da Comunicação, no ISCSP, e foram desafiadas a desenvolver uma campanha de Comunicação Integrada para a promoção de algum aspecto da cultura portuguesa, como o Fado, a gastronomia ou até mesmo a língua portuguesa. Decidiram então criar uma campanha para despertar o interesse dos jovens para o género teatral de revista – a chamada revista à portuguesa, de forma a alterar:

A tradicional concepção de que a Revista é destinada aos mais velhos – Geração Revista

O grupo redigiu e representou a peça de teatro de revista “Geração das Maravilhas”, no passado dia 14 de Maio, pelas 15h30, no jardim do Arco do Cego, situado perto do Saldanha, que todas as tardes serve de ponto de encontro a muitos jovens.

Para mais informações acede ao website da Geração Revista ou à sua Página de Facebook.

Por Rita Inácio

A vontade de um jovem em descobrir o mundo

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Trocou a azáfama de Lisboa pela tranquilidade de Leiria, estuda e trabalha, e desde há três anos que as viagens são o principal interesse de Gonçalo Faria, que com apenas 19 anos já conheceu 15 países. O Gente Dentro foi conhecer a história e as aventuras deste jovem viajante.

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DR – Roménia

Gente Dentro (GD): Fala-nos um pouco de como surgiu essa vontade de viajar.

Gonçalo: Bem, tudo começou quando tinha 16 anos e fiz uma viagem a Londres para visitar o meu primo. Fui sozinho para lá e foi uma experiencia espectacular, todo aquele enredo da viagem me fascinou. Gostei tanto que decidi repetir e começar a viajar.

GD: Desde essa viagem, qual foi o primeiro país que decidiste visitar?

Gonçalo: A minha primeira viagem foi a Malta, porque gostava bastante das suas paisagens.

GD: Quantos países já visitaste até agora?

Gonçalo: Até agora, uma vez que comecei nisto das viagens há 3 anos, já visitei 15 países. Conheço, em média, cinco a seis países por ano.

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DR – Holanda

GD: Fazes essas viagens sozinho ou acompanhado?

Gonçalo: Apenas fiz uma acompanhado, o que me fez perceber que gosto mesmo é de viajar sozinho. Aliás, tenho até um lema que é “fazer o que quero, quando quero e onde quero”, até porque companhia arranjo num instante.

GD: A que tipo de alojamento recorres nas tuas viagens?

 Gonçalo: Fico sempre em hostels, nunca cheguei a dormir num hotel, mas já dormi na rua, na estação de comboios e na estação de metro. Ah, e quantas mais camas o quarto tiver melhor, mais pessoas conheço (risos).

GD: Qual foi o país que mais gostaste de visitar e porquê?

 Gonçalo: Foi, sem dúvida, a Roménia. Não só pela diferença cultural, mas também pela comida. Eu nem sei bem o que comi, assim ao certo, mas aquilo é fantástico!

GD: Houve algum que te tenhas arrependido de visitar?

Gonçalo: Não, nenhum, porque mesmo que algum dos países que já visitei não tenho ido ao encontro das minhas expectactivas, houve sempre algo que retirei dessa experiência.

GD: De todos eles, há algum sítio que sintas que tenhas de voltar?

Gonçalo: Sim, Bruges, na Bélgica. Gostei mesmo muito de estar lá, é uma vila encantadora, uma coisa fenomenal, com uma arquitectura esplêndida, costumo mesmo dizer “é mágica”.

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DR – Itália

GD: Relativamente ao financiamento, como fazes para pagar essas viagens?

Gonçalo: Desde que percebi que queria viajar comecei a trabalhar ao fim-de-semana. Contudo, mais tarde, comecei a estudar à noite e a conciliar com o trabalho. Costumam perguntar-me se tenho ajuda por parte de familiares, mas não, não tenho, e todas as viagens que fiz até agora foram pagas por mim.

GD: O que sentes quando estás prestes a conhecer um país novo?

Gonçalo: Sinceramente, e embora pareça estranho porque adoro viajar, como já estou tão habituado e viajo regularmente, normalmente de dois em dois meses, já não há tanta excitação como no início. Contudo, é normal que me sinto feliz porque o que gosto realmente é de viajar, não há melhor sensação na vida.

GD: E relações de amizade? Há alguma que tenhas estabelecido enquanto viajavas e que ainda se mantém?

Gonçalo: Sim claro, conheci imensas pessoas das quais fiquei amigo. Por exemplo, conheci um mexicano em Espanha com quem estabeleço uma ligação mais próxima, isto porque estamos juntos uma vez por semana em Portugal. Ele veio viver para cá, e então combinamos sempre alguma coisa todas as semanas. Mas conheci muitas outras pessoas, aliás, quando vou conhecer um país novo costumo informá-las da viagem e encontramo-nos, quando conseguimos, nesse mesmo país.

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DR – Bélgica

GD: Conta-nos uma das situações mais engraçadas que te tenha acontecido em viagem.

Gonçalo: Bem, situações engraçadas… Houve uma bastante divertida, aconteceu numa vila perdida a no meio da Roménia, no meio das montanhas. Entrei num pequeno restaurante para almoçar, queria pedir mas não percebia nada do que tinham para almoçar. A questão é que era uma vila com uma população mais idosa, que não falava inglês, e então não me conseguiam perceber. Comecei a gesticular, a tentar que me entendessem, e acabei por apontar para o último pedido que tinham feito e comi o mesmo.

GD: E situações complicadas? Alguma vez te viste numa situação mais difícil?

Gonçalo: É assim, situações complicadas e difíceis são aventuras que não me faltam, mas a que mais marcou foi quando fui assaltado em Madrid. Estava sozinho, fui assaltado e fiquei sem carteira, sem telemóvel e sem o único casaco que tinha levado. Não tinha forma de ligar para Portugal, e então dirigi-me à esquadra para apresentar queixa. Depois dirigi-me à embaixada portuguesa mas como era dia 31 de Dezembro informaram-me que estavam fechados e que teria de regressar dia 2 de Janeiro. Foi complicado, tive de dormir uma noite na rua e a minha sorte foi que uma senhora, na esquadra, ouviu o que se tinha passado e deu-me 20 euros, um pacote de batatas e uma coca-cola. Consegui, então, pagar uma noite no Hostel e ainda me ofereceram outra. Posso dizer que passei fome e frio, mas felizmente tudo se resolveu.

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DR – San Marino

GD: Qual vai ser a tua próxima viagem?

Gonçalo: A minha próxima viagem será em Setembro, vou passar um mês a viajar pelos Balcãs. Começo em Montenegro, sigo para o Kosovo, Albânia, Macedónia, Bulgária e termino na Sérvia. Estou entusiasmadíssimo! E depois de visitar todos os países da Europa, quero começar a conhecer o continente Asiático, começando pelo Afeganistão e pelo Iraque.

Por Eliane Hadergjonaj

Festas populares continuam a marcar a cultura portuguesa

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Bem vindos ao Interior de Portugal, onde os hábitos e os costumes dos nossos antepassados teimam em perdurar.

As festas populares são um exemplo desta herança, um marco da cultura portuguesa que continua a permitir uma movimentação nas zonas mais rurais e a trazer diversão à população.

Numa pequena aldeia do interior do país, Carapito, situada na zona de Dão Lafões, um lugar recatado que assiste cada vez mais à desertificação e ao envelhecimento da sua população, os “bailaricos” voltam a trazer o espírito festivo. Grande parte dos emigrantes e jovens que estudam nos centros urbanos regressam, e o ambiente destes locais volta a conhecer a azáfama de tempos passados. Reúnem-se as famílias, visitam-se os amigos, cumprimentam-se os conhecidos; bebe-se o vinho da região, comem-se os doces típicos, e dança-se até a manhã acordar.

Assim se cumpre a tradição e se avivam as memórias.

Por Eliane Hadergjonaj

“De Marvão vê-se a terra toda (…)”

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A Vila

A 860 metros de altitude, a Vila medieval de  Marvão é das mais pitorescas do país. Situada no cimo de um rochedo, é um dos pontos mais altos do Alto Alentejo.

O escritor José Saramago disse que “de Marvão vê-se a terra toda (…)”. Não diríamos toda a terra, mas é inegável a impressionante vista sobre terras de Portugal e, como vila raiana que é, de Espanha.

Passear nas ruas de Marvão é como recuar na História. Esta vila foi fundada no séc. IX pelo rebelde árabe Ibn Maruan, conquistada em 1160 por D. Afonso Henriques e é D. Sancho II que lhe atribui foral.

O excelente estado de conservação da fortificação cativa desde logo o visitante. Uma caminhada em volta da muralha, a terminar na Torre de Menagem, vai permitir-lhe desfrutar de toda vista. Pelas ruas, ruelas e escadinhas desta vila deixe-se encantar pelas casas típicas, os arcos góticos, as pequenas portas e toda uma envolvência a fazer lembrar o passado.

Destacamos o Largo do Pelourinho onde se encontra a Casa da Cultura, antiga cadeia e tribunal; a antiga Casa dos Governadores; a Igreja do Espírito Santo; o Museu Municipal, situado no Largo de Santa Maria; e a cisterna, localizada à entrada do castelo, que impressiona pela sua dimensão.

Se gosta de se exercitar, não pode deixar de subir até Marvão pelas seculares calçadas romanas, a partir da aldeia da Portagem.

Portagem

No sopé da escarposa montanha encontra-se a aldeia da Portagem. Completamente diferente daquilo que associamos ao Alentejo, este recanto do conselho de Marvão é todo ele verde e rico em água, características que dão vida ao lugar.

As piscinas fluviais atraem todos os verões turistas nacionais e, sobretudo, espanhóis, que encontram aqui um local fresco e acolhedor para ultrapassar as elevadas temperaturas do interior. Mesmo ao lado, para quem não se quer aventurar nas águas frias do rio Sever, há também a opção de uma piscina municipal. Todo esse espaço é conhecido como Centro de Lazer da Portagem, e acolhe também um anfiteatro onde, nas noites de estio, se pode assistir a vários espéctaculos, tendo o castelo de Marvão como plano de fundo.

A ponte romana, que se avista da piscina fluvial, contribui para o ambiente pitoresco desta aldeia, tal como a torre da antiga portagem fronteiriça que dá nome à terra.

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Cidade Romana de Ammaia

São inúmeros os vestígios da presença romana por todo o conselho, pois foi esta a localização de uma das mais importantes cidades romanas no interior do país, a Ammaia.

A cidade de Ammaia localiza-se na aldeia de S. Salvador da Aramenha, foi fundada em finais do séc. I a.C., obteve o estatuto de “Civitas” no reinado de Cláudio, e o de Municipium no reinado de Lúcio Vero.

Apenas nos anos 90 do passado século se iniciaram as actividades arqueológicas neste local e surgiu a Fundação Cidade de Ammaia, que tem trabalhado no sentido de preservar e estudar estas ruinas.

Ao passear pela Tapada da Aramenha, encontramos aquilo que foram as torres de uma das entradas da cidade; as antigas termas; e, depois de atravessarmos a estrada nacional que divide as ruinas, encontramos também o fórum, antigo centro de comércio e negócios.

Não se pode deixar de visitar o museu da Fundação, onde estão expostos vários artefactos encontrados durante as escavações, entre os quais se podem ver joias, potes de barro e pedras com inscrições.

Acredita-se que muitos dos vestígios foram sendo levados, ao longo dos anos, por quem ali passava.

Uma lenda local diz-nos que a Ammaia foi abandonada após um grande cataclismo, que poderá ter sido uma cheia ou um terramoto.

Links relacionados:

Turismo Rural: http://www.casadaarvoremarvao.com/

                              http://quintadovaqueirinho.com.pt/

                              http://www.saimeira.pt/Bem_Vindo.html

Restauração: http://www.varandadoalentejo.com/

                            https://www.facebook.com/milhomens.restaurante

                            http://www.sever.pt/pt/

Por Catarina Duarte

Histórias que impressionam na World Press Photo 2015

O Gente Dentro visitou aquela que é a maior e mais conceituada exposição fotográfica do mundo, no Museu da Electricidade em Lisboa, e escolheu algumas das histórias mais impressionantes aí retratadas. Estas são apenas algumas das imagens que se pode encontrar na exposição, a decorrer até 24 de Maio.

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1º Inocência num país pobre

Fotografia de Asa Sjostrom (Suécia)

A Moldávia é o país europeu mais pobre sendo que um terço da população activa emigrou em busca de melhores condições de vida. Vemos um miúdo, Igor, que segreda ao ouvido de outro porque faz anos e a sua avó, com quem vive, deu-lhe chocolate para dividir com os amigos. Quando os pais emigram, as crianças ficam aos cuidados de outros parentes mais velhos ou vão para orfanatos. Igor tem um irmão gémeo e os dois ainda não sabem que os seus pais já morreram, tinham eles 2 anos, quando foram trabalhar para a Rússia.

2º Fim da Linha

Fotografia de Sarker Protick (Bangladesh)

Reportagem fotográfica bastante íntima visto tratar-se dos avós do fotógrafo, que doentes estão confinados a um quarto. Protick sempre foi muito próximo dos avós mas esta sua condição afastou-os. Entretanto, foi-se apercebendo da aura daquele quarto tudo branco e como isso representava tão bem a própria vida dos avós: as suas vidas silenciosas e em suspenso. O projecto permitiu-lhe reaproximar-se dos familiares.

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3º Crianças abandonadas 

Fotografias de Lu Guang (China)

A China tem muitos problemas mas não se pode dizer que seja fácil fotografá-los. A minha fotografia é mais uma forma de investigação. É preciso manter a calma e estar atento aos pormenores. É preciso ir às aldeias e falar com quem lá vive, dez pessoas, 20 ou mais. Só então chegamos perto de um nível de verdade mais profunda.

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Face à pobreza nas aldeias e às políticas antinatalistas, muitos pais abandonam os filhos por não conseguirem criá-los. Na primeira fotografia, um homem escava uma sepultura para uma criança abandonada e na segunda uma mãe protege o filho da poluição do ar.

4º Clima de tensão

Fotografia de Bulent Kilic (Turquia)

Jovem ferida nos confrontos entre a polícia de intervenção e as pessoas que participavam no funeral de Berkin Elvan, um jovem de 15 anos morto com uma granada de gás lacrimogéneo disparada pela polícia, quanto ia comprar pão, durante outros protestos antigovernamentais. Com a morte trágica do rapaz, o ambiente ficou ainda pior.

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5º Em Queda Livre

Fotografia de Jérôme Sessini (França)

Vítimas da queda do avião da Malaysia airlines. Na primeira fotografia vê-se um cadáver preso ao banco do avião e a segunda conta a história de uma outra vítima que caiu, através do telhado, dentro de uma casa. O habitante da casa surge à janela, consternado.

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A Felicidade é uma Atitude!

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Susana Fonseca tem 41 anos, vive em Portimão, no Algarve, e faz trabalhos manuais para vender.  A sua vida podia ser como outra qualquer não fosse o facto de ter nascido com Miopatia Congénita, uma doença que retraí os músculos. Existem muitos casos e diferentes tipos de miopatia e a doença revela-se mais grave nos homens. Nisso Susana teve sorte. Nas mulheres a doença estabiliza a certa altura, no seu caso foi aos 16 anos.

“Ainda bem que nasci rapariga”, brinca Susana

Inicialmente os médicos não sabiam o que Susana tinha, mas ao fim de um tempo acabaram por lhe diagnosticar a doença. Aos sete meses de gravidez, a mãe de Susana caiu e desde então que a filha nunca mais se mexeu dentro da barriga. Os médicos dizem que esta pode ter sido a causa da doença. A bebé assustou-se e os seus músculos bloquearam para sempre.

Preconceito e Discriminação

Susana sempre foi muito sociável e teve bastantes amigos. Sobre a questão de já ter sentido o preconceito à flor da pele, surpreende ao afirmar que sim, durante a escola primária, por parte da própria professora, nunca dos colegas.

“Uma vez, pedi para ir à casa-de-banho e a professora disse que ia chamar a contínua porque o bebé queria fazer chichi”

Isto à frente dos restantes alunos. Mas Susana esclarece que o problema não era só consigo, que a professora era preconceituosa em relação a tudo. Chegou ao cúmulo de dizer a um rapaz mais forte que ele não aprendia nada por causa da sua gordura.

No secundário já foi tudo mais calmo. A turma era espectacular e levavam-na para todo o lado. Nessa altura, Susana ainda mexia bem as pernas e andava de bicicleta, depois é que passou a usar uma cadeira de rodas para se deslocar.

Todos nós já quisemos ser mil e uma coisas. E Susana não é excepção. Em criança, quis ser cantora, actriz e médica para puder ajudar as pessoas como ela, dizia. Actualmente, dedica-se apenas aos seus trabalhos manuais mas em tempos já trabalhou. Tirou um curso de recepção, estagiou e trabalhou ainda em duas agências de viagem mas foi dispensada. Não fez nada para que isso acontecesse. Sentiu e apercebeu-se de que não a queriam lá. As pessoas têm dificuldade em aceitar que uma pessoa com deficiência é tanto ou mais eficiente que elas.

“Já estou habituada, já estou calejada. Tenho as costas largas”

Admite mas não o diz com rancor, mostra-se confiante, é superior a isso. Ficou amiga de muitos colegas e isso é que é importante.

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Infelizmente, para as pessoas com deficiências motoras, existem também grandes falhas de acessibilidade em todo o lado. Susana garante que o Governo não se preocupa com os deficientes. Prova disso é que em Lisboa, perto do Centro Cultural de Belém, existe um lugar de estacionamento para pessoas com deficiência. Porém, nesse mesmo sinal está escrito que os indivíduos com limitações apenas podem estacionar ali o seu carro de segunda à sexta, das 9 às 18 horas, ou seja, é como se ao fim-de-semana e à noite as pessoas com limitações simplesmente não existissem ou não pudessem sair à rua.

Amor e Sexualidade

Conheceu o marido, Sérgio, na Internet num chatroom. Gostavam de falar um com outro, trocavam e-mails e tornaram-se grandes amigos. Mas Susana não lhe contara como era. Sentia receio porque já tinha conhecido outro rapaz, virtualmente, e a experiência não fora a melhor. Susana começou a gostar dele, contou que era deficiente e ele deixou de lhe falar. Sérgio mostrou-se interessado e ela acabou por lhe dizer a verdade. Ele nunca se importou. Como ele era do Barreiro, mantiveram um namoro à distância. Casaram e ao fim de um mês Sérgio mudou-se para Portimão. Tudo em segredo porque na altura a sua mãe era contra a relação, sempre tentara proteger demais a filha dada a doença. Achava que Susana não teria as mesmas experiências de vida que os outros.

A primeira vez que foi à televisão foi para surpreender o marido, no seu aniversário, no programa “Você na TV” de que é fã. No final do programa conseguiu tirar fotografias e falar com os seus ídolos, um deles o jornalista Luís Maia. Entretanto, passado algum tempo, Susana viu uma reportagem, na televisão, sobre a sexualidade nos doentes com cancro.

“Qual é o interesse? São pessoas perfeitamente normais. Para isso falava-se na sexualidade na deficiência. Isso sim era interessante!”

Decidida e muito despachada, adicionou Luís Maia no Facebook e tomou a iniciativa de lhe propor um tema para reportagem realmente interessante – Sexo e Deficiência. Nunca pensou que lhe dessem ouvidos mas o certo é que passados poucos dias lá estava ela em estúdio, no mesmo programa, a falar abertamente sobre o assunto.

Eu sou assim!

Quando questionada sobre a importância  das pessoas com deficiência terem uma vida activa, Susana nem hesita: «Acho que sim. Senão damos em doidas!». Confessa que também ela tem os seus momentos «de estar triste mas não quero. Eu não quero!». Às vezes ficava tristinha mas depois pensava assim:

“Então mas eu estou para aqui armada em parva?Há pessoas muito piores que eu e estou-me aqui a lamentar para quê? “

Afirma que existem pessoas ditas normais que se queixam de tudo e que às vezes nem têm razões para se queixar. Ela própria é conhecida por animar os outros à sua volta. «Eu quando me sinto triste, ou porque me dói alguma coisa e estou assim mais em baixo, penso “isto não sou eu”, até me sinto mal comigo própria porque eu não sou assim». Não, Susana não é mesmo assim. Tomou a atitude de ser feliz. Acaba a entrevista referindo que gosta de estar sempre com um sorriso e bem-disposta e marca uma posição: “Eu sou assim!”.

PS. A Susana faz vários tipos de trabalhos manuais como bijutaria, pintura em objectos e bolsas e bonecas de feltro para venda. Para ver os seus trabalhos e encomendar aceda à sua página pessoal de Facebook.

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 Por Rita Inácio

Feira da Bagageira

É já no Sábado, dia 25 de Abril, que decorre a tão esperada 2ª edição do evento que se afirma mais do que um mercado ou feira, no Village Underground Lisboa (VU Lisboa).

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Facebook do Evento 

O evento que estreou em Março e foi um verdadeiro sucesso, junta três conceitos inovadores: o Cargo, lançado pelo próprio VU Lisboa, onde se dá a conhecer novos projectos nas áreas da moda, design, bijutaria, mobiliário e artesanato; a Feira da Buzina, onde os participantes usam as bagageiras abertas dos seus carros, como bancas, para expor os seus artigos e o Food Trucks Fest, um projecto de street food, que traz a presença das melhores piaggios (bicicletas) e carrinhas transformadas que oferecem uma variedade de petiscos e doces. O evento conta ainda com um palco de música, onde actuam diversos Dj’s e bandas, e com um  playground para as crianças com insufláveis e outras actividades.

A entrada é 2 euros e funciona das 12h00 às 22h00.

Para quem não sabe, o Village Underground Lisboa situa-se no Museu da Carris, na Estação de Santo Amaro em Alcântara, e consiste num centro cultural que serve de espaço de eventos e de escritórios para a indústria criativa. Demarca-se pela sua estrutura arquitectónica original que utiliza contentores marítimos transformados em escritórios e dois autocarros convertidos em cafetaria e sala de reuniões.  O projecto recebeu o prémio Novidade do Ano 2014, atribuído pela TimeOut.

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Por Rita Inácio

“Correr para sobreviver”

Inspirada na série norte-americana The Walking Dead, a Running to Survive é a primeira corrida em Portugal que vai testar a capacidade física e psicológica dos seus participantes. A prova, que pretende promover a saúde e o bem-estar de uma forma mais divertida, exige aos atletas que ultrapassem vários obstáculos, contudo, o foco de atenção está num novo tipo de participantes: zombies.

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Os indivíduos terão que se inscrever em equipa ou individualmente, podendo ainda escolher participar como zombie ou sobrevivente, sendo que o objectivo é chegar ao final da prova sem ser infectado.

O evento irá decorrer a 2 de Maio de 2015, no Centro de Tropas Comandos da Serra da Carregueira, em Sintra, e parte do valor das inscrições reverte para o Conservatório de Música de Sintra.

Por Eliane Hadergjonaj

Viagem pelos Balcãs

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Kosovo, 2015

Situado nos Balcãs, o Kosovo é um país maioritariamente muçulmano, com cerca de 2,2 milhões de habitantes, que faz fronteira com a Albânia, a Sérvia, a Macedónia e Montenegro. A sua capital é Pristina e, por estar a tentar integrar a União Europeia, o euro é a moeda actual.Tem um relevo bastante montanhoso, que se cobre de neve nos meses mais frios, mas que serve como escape para a população no Verão.

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Em 1999 entrou em guerra com a vizinha Sérvia, e só em 2008 foi reconhecido unilateralmente como um país independente. Apesar do conflito já ter terminado e o país estar a tentar ressurgir existem ainda alguns atritos na sua parte Norte, sendo que é lá que se encontram a maioria dos militares de países como Portugal e Itália. No entanto, a segurança não é um problema e qualquer turista pode visitar o Kosovo, sendo que os traços culturais e históricos do país o tornam um destino imperdível a descobrir.

Por Eliane Hadergjonaj